A roseira (Rosa) é um arbusto da família das rosáceas, de caules ramosos, com espinhos, folhas alternas, ásperas, pecioladas, flores terminais, solitárias ou em espiga, corola de pétalas redondas ou em forma de coração, belas e perfumadas. Em Portugal, cultiva-se nos jardins, mas é espontânea no Minho, Trás-os-Montes, Beiras e Alentejo. Há em todo o mundo milhares de variedades das mais variadas cores.
A palavra, provinda do latim rosa, é, provavelmente, uma corruptela do grego rodhon, que significa “Primavera”. Na Idade Média era símbolo de caridade. É símbolo do amor e da paixão, da virgindade, da força espiritual da ressurreição e da imortalidade. Na simbologia maçónica, significavam luz, amor e vida. Fósseis encontrados datam-nas de há muitos milhões de anos. As rosas são conhecidas na Ásia há cinco mil anos. Uma lenda grega diz que Afrodite deu uma rosa ao seu filho Eros, o deus do amor e este, por sua vez, a deu a Harpócrates, o deus do silêncio, para o convencer a não revelar as aventuras amorosas da sua mãe. Foi neste episódio que se baseou, na Idade Média, o hábito de nas salas de reunião dos municípios ser suspensa do tecto uma rosa para que todos os presentes se comprometessem a não revelar as decisões ali tomadas: estavam sub rosa. O mesmo significado se revelava na rosa que ornamentava os confessionários. Em algumas casas ricas da Europa, nas salas de jantar, suspendia-se do alto uma rosa com a mesma intenção – não se revelar o que se dizia durante as refeições. Em Roma, dedicavam às rosas as festas em honra de Dionísio (Baco) e chamavam a essas festas as Rosálias. As estátuas de Vénus eram adornadas com essas flores. Os romanos e gregos acreditavam que elas os imunizavam da embriaguez. Uma lenda romana conta que a deusa Diana transformou uma jovem, Rodanthe, numa rosa e os candidatos a namorados em espinhos. Na alquimia, as rosas brancas e vermelhas são símbolo do sistema dualístico vermelho/branco, /enxofre/mercúrio, e uma rosa com sete pétalas relaciona-se com os sete metais e os sete planetas. As rosas, que inspiraram obras como Roman de la rose, a arquitectura, com a “rosácea gótica”, e a astronomia, com a rosa-dos-ventos, também foram um símbolo de guerra. No século XV, as casas de York, cujo brasão incluía uma rosa branca, e de Lancaster, onde figurava a rosa vermelha, envolveram-se, em Inglaterra, numa guerra civil que ficou conhecida como a Guerra das Rosas.
A rosa, na planta, tem um perfume muito menos intenso do que o que adquire depois de cortada e concentra a sua essência na epiderme das pétalas. Na preparação de perfumes só se usam as pétalas de cor pálida – brancas, amarelas, cremes e rosadas. As pétalas das rosas vermelhas são utilizadas em farmácia, especialmente na preparação da “água das rosas”, conhecida desde a mais remota Antiguidade.
Os botões de rosa podem ser usados em potpourris e as pétalas em saladas. O chá de bagas de roseira, que tem muita vitamina C, ajuda a criar resistência às constipações e outras infecções. O chá de bagas de roseira brava também é um laxante moderado.
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