sábado, 24 de julho de 2010

Alfazema


A alfazema (Lavandula officinalis ou spica), da família das lamiáceas, chega a ter quarenta a setenta centímetros de altura. Tem caules lenhosos e folhas elípticas, lineares, inteiras e aveludadas. As flores são azuis ou violáceas em espiga e é muito aromática e ornamental. Há muitas espécies. Confunde-se com o rosmaninho.

O nome vem do árabe al-khuzama. Era muito popular entre os Romanos, para o banho e pelas suas virtudes anti-sépticas. Possui propriedades antiespasmódicas e estimulantes e mata os parasitas. As tisanas das flores secas são calmantes, digestivas, anti-reumáticas e analgésicas. As infusões são usadas para diminuir a tosse, tratar dores de cabeça e distúrbios nervosos. Dioscórides, médico nascido na Ásia Menor, no século I da era cristã, cita-a no seu tratado De Materia Medica como boa para o peito e os pulmões. Santa Hildegarda, abadessa beneditina alemã, dizia que para se aproveitarem as suas propriedades terapêuticas se devia “cozer em vinho e bebê-lo morno”.

O uso da alfazema em pot-pourris, saquinhos de cheiro e sais de banho é conhecido e comercializado. Posta dentro das almofadas ajuda a dormir e espalhada pela casa afasta as moscas. Mas quando se pode conviver com a planta e sentir o seu aroma diariamente, apetece outras coisas. Foi assim que descobrimos uma receita de bolachas de alfazema. São fáceis de fazer. Só é preciso secar as flores durante cerca de quatro dias. Misturamos 150g de manteiga com 115g de açúcar até ficar em creme. Mais um ovo batido, uma colher de sopa de flores de alfazema secas, 170g de farinha. Colheradas num tabuleiro e forno com elas. Quem provou, gostou.   

 

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Romãzeira


A romãzeira (Punica gramatum) é uma árvore da família das punicáceas, de cinco a seis metros de altura, folha caduca, tronco liso e tortuoso. Os ramos são finos, as folhas oblongas e brilhantes. Florescem de Maio a Julho. As flores escarlates dão como fruto a romã. As flores são hermafroditas (têm os dois sexos) por isso não é preciso mais do que uma árvore para ter frutos. Em Portugal é também conhecida como romeira.

A romã é símbolo da fertilidade, do casamento, do amor, da unidade do universo, da doação, da generosidade e da misericórdia.

Segundo a mitologia, Zeus e Deméter tinham uma filha chamada Perséfone. Um dia, O seu tio Hades, com a ajuda de Zeus, raptou-a e levou-a para o inferno. Depois de muitas buscas pela filha, Hélio (o Sol) disse a Deméter o que tinha acontecido. Deméter resolveu não regressar ao Olimpo até que lhe fosse devolvida a filha e, como deusa da vegetação, não a deixaria crescer. Por vontade de Zeus, o rei dos infernos devolveu-lhe a filha, mas antes obrigou Perséfone a comer uma semente de romã, que a impedia de o abandonar para sempre. Chegou-se a um acordo: Perséfone passaria quatro meses com Hades, no Inferno, e oito com a mãe, no Olimpo e na Terra.

Juntando o útil ao agradável, a romã pode estar sempre presente. Mesmo agora que é Verão e podemos desfrutar da flor mas não temos o fruto. Em época de abundância sempre podemos fazer sumo de romã, congelar em cubinhos, que podem muito bem juntar-se a um copo de água e constituir uma bebida refrescante e rica em anti-oxidantes (que estão muito na moda agora). Uma folhinha de hortelã para aromatizar, uma sombra, um bom livro…

 

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Jardim Botânico de Coimbra


Uma visita ao Jardim Botânico de Coimbra é sempre algo refrescante e também esclarecedor. Sabe bem passear por entre árvores centenárias e flores a desabrochar. As espécies presentes estão devidamente identificadas. Podemos até fazer compras no mercadinho biológico, se lá formos a um Sábado. O mercadinho do Botânico é um espaço onde tudo o que se vende é biológico e onde se pode encontrar desde topinambos a hipericão do Gerês e bolinhos macrobióticos, que podemos provar logo ali.

            Só é pena que alguns espaços do Jardim estejam vedados ao público. Parece que não há condições económicas para os manter abertos diariamente.